Passa.

Posted by Tk On segunda-feira, 9 de abril de 2012 0 comentários



Convenci-me afinal de que fugir não é esquecer... E, das lágrimas já de tão enraizadas nesse coração estéril e tão inalcançável de palavras de conforto, confesso, não pudera mais sorrir com tanta sinceridade como antes de conhecer aquele lado partido, sem expectativas de um recomeço merecido, agora perdido, tão passageiro quanto a noite, quanto o gosto do beijo daquele que talvez se ame, mas não encontra razão para que não torne-se irreal. Então, procurei na memória algum outro momento tão feliz que se equiparasse  ao sutil presente do destino, me deixei preso em nostalgia, encontrando apenas o que não procurava. Porque perder foi tão fácil? Embora, nunca me deixo escapar um sentimento sequer por esse passageiro.

Eram-se as folhas, flores, cores, vida, o calor das mãos, agora só de alegrias meio fingidas é que perco o sentido das minhas verdades, não tão verdadeiras. Não te peço pra que fique, mas não quero que vá embora e tranque a porta que demorou um tanto para ser aberta, saindo junto com o som dos teus passos secos o que sobrou da luz, que preenchia o vazio das minhas palavras. É frustrante saber que não há mais retorno em tantos pedidos feitos a cada uma das estrelas que tocou os olhos, a cada estrela que fiz cair do meu céu que já foi assim, tão estrelado. E se foi o último pedido... Passageiro.

Matheus Souza.