15:33.

Posted by Tk On sexta-feira, 28 de setembro de 2012 0 comentários



Levanto-me, forço a vista por entre o embaçado do vidro na janela, é que agora eu me pego olhando longe, como que por convidativa me houvesse uma esperança remanescendo a cada relance, a cada gota dessa chuva arranhando o vidro do coração. É, não há de ser hoje que amor virá fazer breve a sua visita. Sento no chão gelado, então vou impelindo da memória aquele aceno que fingiu ser até logo, ainda penso em uma despedida decente, que acoa, ecoa e logo fica turva. Acendo, fumaça, não relaxa, por que é tão insuportável? Incomoda esse barulhinho sopitado de alma quebrada, contido, devagar, infindável tanto quanto a profundidade das mágoas enterradas pelas águas. O acertar, nem soa acerto ao certo. Dores rasas, num vau, sem aval, nem decreto de felicidade se faz lei. Falta calor pra pôr cerrado entre os dedos.

Vago pela casa, achando e escondendo os passos que o acaso me tirou ao caminho certo, e vai retrocedendo, tudo ao vislumbre de um feixe de luz por entre as persianas. Ainda é dia... Mas o sol se escondeu por detrás da nuvem, são seus olhos que não param de chover, são lágrimas, são nunca mais. Tem uma porta, tem a maçaneta, posso abrí-la a qualquer instante, embora esteja presa, de porta fechada, mas não trancada, de alma solta, mas enjaulada entre as paredes da minha vontade de ser livre, mas não posso... Tenho que permanecer, sair tem o risco de esbarrar com decepções, mas são elas que provam que tentei, que tentei não me esconder, que amei. Mas como horas se passam nubladas, não tem hora para mudar e sair, pra viver, só que por um pouco, e não sentir, sem querer, o que resta pra amar, nem que por um dia mal vivido.

Matheus Souza

Basta-me, Ontem...

Posted by Tk On segunda-feira, 20 de agosto de 2012 0 comentários



Faz-me favor a sinceridade, e adia cada palpitada por um viver sem razão. É só a existências de porquês, e, de cor eu confesso nunca lidar com esse pranto todo. Foi-se o que fora bom, sobretudo que sobre aquilo que insiste em ser verdadeiro, por mais doloroso que se almeje não passar inerte. Fixe as margens do meu céu, e ponha-te no lugar de lá, de onde não há de sair até saber que também não se entra.

Nem te peço, nem me ajude, apenas dê-me a paz de te ver indo embora. Mas ainda espere, leve consigo o amargo intragável dessas mentiras, traga o presságio de alento.  Nessa cela o azar se convida ao sussurro da mão cerrada à maçaneta sem porta, os passos dão adeus ao chão falso, e assim corre em fuga da ilusão de felicidade. É virtude da malícia ser sarcástica ao tramar contra si própria, então penso que foi inocente. Não sei ao certo aonde me larguei das palavras que recolhi das estrelas, esperando assoprá-las aos teus ouvidos, sei que no bolso ficaram as que deveria ter cravado no peito para me tomar, de uma vez só, o fado sem amor.

Não seria do seu feitio se culpar, porém a sua consciência acusa a farsa. Quis fazer então deveras desnecessária essa despedida, pois supunha saber que se tratando de partidas eu recolho os meus olhos dos teus um tanto assim, então me faço certo do acaso. Há de haver mais encontros entre o “até logo” dessas histórias pontilhadas de lágrimas, todavia fora o derradeiro olhar, e mais um aceno jogado ao vento.

Matheus Souza

Até.

Posted by Tk On segunda-feira, 30 de julho de 2012 0 comentários



Noite passada, assim do nada, o medo de te perder estampou o meu rosto em lágrimas, e essas em vozes, uma a uma fazendo o som de cada pedaço quebrado caindo e sumindo de vez. Não saberia te explicar os porquês do meu receio, mas te afirmaria que não se faria diferente se soubesse. Por ter visto alguns partirem me põe a vontade de te ver ao oposto. Então não lhe peço que entenda ou assinta, imploro que não me negue a esse último pensamento avulso que lhe toma por companhia. É contraponto em dor, por enquanto e por quanto for de ser.

As minhas forças, as visitantes, já se foram, as portas entreabertas, eu só não deveria ter lhe chamado para entrar, quem sabe para tomar um chá, pensei, mas convidei com esperanças de lhe dar o papel das passageiras, e tornar-me permanente, talvez você apenas levasse um pouco mais de tempo. As estrelas talvez se apaguem depressa, no entanto hão de demorar em dissipar seu brilho em morte, e, embora ainda queira que os minutos para o fim regressem para o sempre, que não se enfade dessas palavras até que elas deixem de alumiar os teus passos.

Matheus Souza

Dobre.

Posted by Tk On domingo, 29 de julho de 2012 0 comentários



Que sirva de suporte a todas essas palavras outorgadas esse sentimento vazio... Molde as dúvidas por entre os rabiscos das próprias mãos, e, então vá, inciso noutras falhas por essa vida e por lá. Ele apenas não pode acreditar assim tão de repente na verdade, prefere suas tragédias de cabeceira. Já não o intriga esses desastres que lhe chama de gostar. É hábito de desesperança, entenda. O que o chama à atenção é o sabor costumeiro de infelicidade, é o que espanta, é o que escreve, são os desvios que não o afastam do destino, e a demência que traz sentidos.

Não! Não ponha os pés a descansar ainda! Não é aí o seu lugar, não é a dor que possa chamar de lar. Precisa de um contraste, um contraponto nessa solidão, um sorriso, algo que supõe ser fácil de encontrar pelas ruas à meia luz, nos ladrilhos desse seu fado certo, mas peço, que não seja mais dor. Não quer imaginar que posteriormente ao fim foi o nada. Fez-se apego um tanto ao azar de ser assim, largado, fora dos braços do amigo que é o ânimo, que não dera ocasião a se lembrar de esquecer-se dessa agonia, pois confessa, nunca sentira tal e jamais sentiria de novo. Vaga esperança, essa se cogitasse alcançá-la, poria no enquadro da alma a certeza de aproveitá-la até o momento de esquecer que já não mais pisava aquele chão frio.

Matheus Souza

Não Dura à Dor.

Posted by Tk On quinta-feira, 12 de julho de 2012 0 comentários



Sei que precisa chorar, sei que precisa de algo que te leve afora. As paredes desse poço, pegajosas, escorregadias e molhadas de lágrimas, não deixam escalar. Avesso. Essas me escalam, me impelem medo e demovem, o mesmo lugar, fundo. Brilho apaga, como se nunca tivesse passeado por entre os olhos, deveria discernir que era para nunca durar. Grite, vá! Quem sabe mãos me subam da garganta, sufoquem com mais ímpeto ainda esses berros abafados, estanquem esses lamentos intragáveis e adornem mais falhas a essa perfeita displicência.

Não conte para ninguém que eu reconheço as intenções. Agora, dirás que tem medo do escuro? Não me discurse sobre tais. Vai invadir, vai avançar e vai tomar o lugar, e eu suplico que não, então vai abrir as janelas dessas cicatrizes para fazê-las verem o sol nublado de cinza. Aprenda a lidar, não faz jus ter sentido, não se indague, logo não fará senso de tempo, de dor, de histórias bem contadas, e finais agradáveis, nunca, nunca mais. É feitio da dor esse murmúrio, é só uma forma dela me desviar a atenção enquanto ela finda a pele e dispersa as preces.

Lá de baixo, agora só me encontram as imagens daqueles rostos ruídos. Olho para baixo e minhas mãos cavam procurando esperanças, embora seja apenas mais lama para sujar os dedos. Enterro os últimos sonhos, despeço-me, como de praxe, e durmo no vazio, tão íntimo, todo dia. Então recolha as lágrimas. Resta solidão, a única a te dar a mão, assim eu me dou, eu me doou dor.

Matheus Souza

Grave.

Posted by Tk On quarta-feira, 11 de julho de 2012 0 comentários



Estilhaços de desafeto jogado por todo lado. Eu nem sei mais. Nunca me preocupei em descobrir como me faço isento de mim mesmo, desses pensamentos malucos, meios perdidos ao que não convém recontar. Eu quero de volta, e logo, preciso daquele motivo que me foi roubado, apenas para dizer que não quero mais silêncio em mim. Já chega desse sorriso desbotado na cara, esse que quando no quarto vai borrando pelas lágrimas, guardado na gavetinha esquecida do criado-mudo.

Mas aí vem você, estranho, olhando fundo e alarmando que não existe forma de vida nesse meu mundinho cinza. Você não tem o direito de invadir e de confiscar as minhas lembranças, pois você é tão cinza quanto eu. Mas pelo incrível que pareça você matiza esses minutos jogados fora conversando bobagens. Então você vai enfeitando esse meu ínfimo riso. E eu querendo ser incauto, mas singelo ao dizer que não me faça distância, faça-me bem. Ao final, ficam apenas minhas condolências ao final de sempre, que eu sei de cor, taxado, nessas linhas infindáveis. Desculpe-me...
Matheus Souza

Acendam os Rabiscos no Céu.

Posted by Tk On quarta-feira, 4 de julho de 2012 0 comentários



Declaro aqui o motivo de toda essa falta concisa em suturas. Pois dói estar são e não saber ladrilhar estradas sob esse céu. E sobre o céu nem atrevo a constar distância, antes pus nos pássaros cartas que caíram como chuva em desdém, afogando ao relance dessa ideia de felicidade. Eu sei que a vida continua assim, eu ainda contando os passos do meu atraso, colecionando pecados. É que eu só queria alcançar, almejando apenas a sensação de almejar, desejar chegar a algum lugar, pelo menos uma vez, nesses ensejos entre os dedos nervosos.

Nunca me adverti a errar, nem me interessei nas feridas que as alturas fizessem. Só pensei em fantasiar que a corda era estrada, talvez imerso naquele oceano de ilusões tivesse uma daquelas faíscas que esperançassem algo bom, de verdade. Além do que, na verdade esses olhos se cegaram, castigados de tanta luz alumiando o descanso escasso, sob a sina que não dá passagem a essa vontade de gritar de dor, abafado pela a sede de acertar, findando as certezas no peito de que esse tempo não muda. Depois daí eu nem faço lembrança de quando me foi dada a bênção de imaginar essa felicidade pela a primeira vez, só sei que está no lugar que está, por aí. Assim, como não me foi dado o dom de vê-la, será me dado o de tocá-la e quem sabe prendê-la a mim por alguns segundos cerrados antes que dê os pés ao vento.

Nesse sonho tão etéreo, criei-me os mundos que a mente deixa criar para me pôr ao desejo de viver, perdi-me o quanto o engano deixa perder, mesmo sendo difícil a senda do novamente. Depois de acordar no concreto, refaço os levantes e me doou mais um pouco a dor, ascendendo o olhar aos meus nadas e às incertezas. Enfim, talvez o caso seja custar a dar fim a essa prosa... Continuando tão à toa até que perceba o quanto não se fez por amor.

Matheus Souza

J-unto.

Posted by Tk On quinta-feira, 28 de junho de 2012 1 comentários



Não sei como acordei mais uma vez com essa tristeza disfarçada em ânimo, impotente contra todo esse passado ao lado da sua ausência. Não sei como tive noção de que realmente estava tudo perdido novamente, foi tão assim, indolor, fingido. Nem percebi que quando você sumiu de vez já me dera conta que era amor, que amo tanto, nunca admitindo fora dessa proporção, minha ilusão foi acreditar que nunca houve, nunca foi.

Nesse minuto, enquanto escrevo, as palavras refutam esse meu disfarce mal criado, soa como dor, e dor, e assim vai doendo, sem deixar dúvida de que nunca fui capaz de esconder esses meus quaisquer e iminentes ataques de desespero por alento. Eu só tentei amar, entende? Da maneira mais não-recíproca já vista. Fui tão longe, até conseguir me destruir por dentro, por completo, ruindo, sem ruído, sem deixar rastro de veracidade nas minhas escolhas avessas à vontade, sempre dizendo que deveria te ver de novo, beijar-te de novo, e fantasiar o que nunca há de ser escrito pelo destino.

Então, agora posso ser, posso imaginar ser, alguém recomeçando, curado de todos os erros, sem precisar de cuidado sequer, embora isso fosse se juntar a todos os outros enganos sobre as minhas mentiras. Embora, em nenhum momento não me surpreendera tanta vontade de enxugar essas lágrimas.

Matheus Souza

Custa a Não Lembrar.

Posted by Tk On quinta-feira, 21 de junho de 2012 0 comentários



Esqueci a cordialidade e intimei a entrar o primeiro que batera a porta, novamente. Entrara, olhara, no entanto, por mais que olhasse não reparava nas paredes rachadas, nas portas sem fechadura e na lareira gelada, tão cinza quanto à imagem funesta do resto dos cômodos. Tão certo de que nunca lembraria que fora o tal algoz, assim ficaria por incerto. Logo, como sempre, chovera... “Não se importe, só teima em chover nos meus dias, debaixo do meu teto”, sussurrava como se nunca tivesse o feito. Chuva de vidro, de pedras, menos de água para alentar aquela noite que de tão solitária demovia as horas, tão aos poucos, e, nada mudara enfim.

Eu o fiz convidado, implorando que aceitasse e fizesse mínima companhia enquanto essa tempestade não cessava em sopor, mesmo que não me desse uma fala, um afago, um olhar. Como esperado, desconsiderou o convite, e se fora, deixando apenas mais pouco de solidão para trás. Quem dera qualquer uma dessas letras espalhadas nesse bilhete queimado fosse inspirada nesse acaso, se fosse de ser, inventaria um novo alfabeto, uma nova maneira de se escrever, apenas para pôr a encenar essas novas palavras e então talvez definir essa falta que se fizera.

Loucamente transformara os gestos daquele estranho em algo que pudesse substituir essa falta de amor, fizera de cada olhar um romance entre as luzes ofuscadas pelas estrelas do teto, tão íntimo do irreal. Soube desde o início, sempre idas e vindas, sempre foi assim, esqueci que ele não fora um estranho em hiato algum entre essas palavras incursas, aqui o tempo todo. Ao fim, nunca suportei ver-te partir tantas vezes, tornara essa lembrança vaga, ao mesmo tempo indolor, supunha, nem lembraria mais de tão triste.

Matheus Souza

Pode Ser De Novo.

Posted by Tk On segunda-feira, 11 de junho de 2012 0 comentários



Primeiro veio o olhar, consecutivamente, a sensação mais esquisita da noite. De súbito, ele o fizera lembrar um passado, dentre outros muitos que deixou de lado por ser quem é, algo meio dolorido, algo no sorriso, supõe, não, não só o sorriso, era tudo, ou talvez fosse apenas uma fantasia cósmica de que haveria uma segunda chance para sua falta de sorte. Ilusão. Por mais que o fosse triste, quem sabe não vertia para o bem? Minta mais um pouco para si, e pronto, acredite, enfim, há de acabar perfeitamente convencido que dessa vez era diferente, com qualquer que seja o estranho que lhe roubasse a atenção.  Deve sinceridade quando diz que continua culpando os olhos, ou o desespero por um singelo recomeço. Isso por uma maldita e excedente curiosidade, duvida se há de assentir ao sim, ao menos alguma vez nessa vida aleatória, ou se tudo há de proceder da forma de costume, até que, até que, enfim... 

Então confessa, fora uma expectativa, essa espécie de teste sem nexo. O resultado foi como imaginara... De novo. É. Engano, tão frio, todavia de forma humana, sutil. Talvez, pior fosse aquela comparação discreta, por hora ainda não escolhera a mais dura. Aquele que tão rápido chegara, ainda mais rápido ira embora. Não deixara saudade, tampouco um mísero sentimento qualquer, exceto que restara apenas a óbvia frustração. Como de praxe se fizera de bobo, sempre soubera que o coração é uma criança levada pelo encanto, no entanto, nunca deixara de se encantar sequer uma vez antes das lágrimas. Após o delírio, se pusera a esperar então, como é forçado a permanecer, por um folhetim que não fosse avulso, diferente de todas essas páginas, que por sorte ficariam para trás. Jurava também, não supor sequer felicidades, deixar por obra do destino, se for de ser por ele. Ao final, talvez fosse preciso um “novamente”, mesmo sozinho, nada nunca impedira de sonhar com o amor.

Matheus Souza

Dois Lados De Nenhum.

Posted by Tk On sexta-feira, 8 de junho de 2012 0 comentários



Estou dando um tempo com palavras, sabe? Aqueles, essas e outras que vêm com tanta veemência que complicam tudo, ainda mais do que suponho, por isso, quero evitar, quero evitar essas tragédias escritas pelo coração, essas que ele insiste em me fazer protagonista. Logo, quando me finjo recluso, atiram-me centenas de outras dúvidas disfarçadas, dentro de afirmações inerentes a nada. Nessas horas o que cabe a mim é entrar em retrocesso, não importa, tudo perde o sentido, ou me parece que nunca teve algum nessas linhas, e assim me levo e trago num redemoinho de interrogações até chegar onde sempre é de se chegar, por fim, tudo deve estar no lugar certo dentro dessa desordem. Tudo veio de repente, e aí tento eu desfazer o irreal.

Então depois, não peça paciência, não peça pra ouvir aqueles discursos de moral escritos nas veias ressequidas, não peça para fazer platéia para encenações de morte e desespero que nunca levou a sequer uma pérfida lágrima. Não me resta apenas falar das dores, o que me vale é fazê-las passar, e disso cuidei sempre sozinho, sem palavras, quaisquer que sejam, porém com palavras, principalmente as tuas, tenha-te por certo de que as feridas insistiriam em abertas. 

Matheus Souza

Oblivion.

Posted by Tk On terça-feira, 29 de maio de 2012 0 comentários



Hoje, descobri que é de silêncio... Antes de calar todas as vozes em minha cabeça, e saber que talvez o caminho mais fácil para o esquecimento seja como uma canção qualquer tocada pelo som dos meus passos tortos que nunca te dirá o que sentira ao te ver dando as costas, emudecida diante do medo, de não saber quando irá te ver outra vez. Silêncio, ninguém precisa escutar o som das lágrimas mudas ao rosto sem expressão de dor ou de afago, e, não por menos, ouvidas pelo vazio que é o silêncio, caindo, caindo, e junto com elas estarei indo, procurar um lugar pra mim, entende? Sinto por mim que, essas não serão as últimas.

Matheus Souza

Sem Sentido.

Posted by Tk On segunda-feira, 28 de maio de 2012 1 comentários



Ontem não consegui conter o meu estado fora de controle, ficou assim, os meus próprios sentimentos fizeram uma espécie de motim, aí me tomei totalmente instável, sem motivos, sem querer. Fiquei imerso por uma avalanche de expectativas falsas, e confeço que não sou tão forte contra algo tão de surpresa assim, logo, quase que simultaneamente me vi confuso, que nem conseguir pôr as coisas nos devidos lugares, mas eu sei, é passageiro.

Foi rápido, tão estranho e irrelevante da minha parte que nem sei como tornar isso real e talvez nem queira, enfim eu escrevo para te provar o quão péssimo sou com palavras, ainda mais de forma diretas. Mesmo assim, eu sei que sou pior em querer esconder que você me fez bem, é, ainda assim sendo somente por uma vez. Não quero, enquanto tento de explicar, pôr os pés pelas mãos e te fazer criar uma imagem controverssa, a mesma que crio sempre em que penso sobre essas coisas loucas.

Só achei que deveria te falar, sei lá, só achei, embora não queira invadir teu espaço, sabe? E certo de que tentei, meio que me desculpo por dividir essa bagunça caótica de pensamentos aleatórios. Talvez essa sinceridade maluca, tão de repente, embora relutante, seja boa alguma hora dessa minha vida, mesmo que me assuste.

Matheus Souza

Lude.

Posted by Tk On domingo, 27 de maio de 2012 0 comentários



Você disse que seria, você disse... Mais alguns passos, quatro trechos para chegar ao desfecho daquele infeliz enredo. Escuro, quarto frio. Sozinha. Entre brechas ela chegava convencendo-lhe de que aquela luz negra a sepultava por um completo que até ele mesmo desconhecia, já que era cobertor... Luz, luz... Olhos sensíveis à pouca visita inquilina do outro lado. Relógio parado, quem dera que ele me voltasse por pouco, apenas parava, passava e passava, nunca encontrou o tempo de pulsar. Água nos joelhos... relógio contenha a mágoa, água!

Deitada, cansada... Dorme. Não conseguiu ouvir a história até o final... deixava o conto de fadas para amanhã, sempre para amanhã, assim nunca terminara. Alumiavam-se os ruídos fora dali, jamais ouvia barulho das horas, embora visse o branco no travesseiro. Lâmpadas encureceram o céu. Era turva imagem da noite sem reflexo. Eu disse que seria, eu disse... Perdoa-me por não abrir a porta, deixar-te entrar. Rezo, prece do adeus. Aqui, sem escuridão, seria mais difícil enconder-me de mim mesma...

Matheus Souza

Normal Assim.

Posted by Tk On sábado, 5 de maio de 2012 0 comentários


 
É complicado pelo menos tentar te explicar sem me perder no topo de um precipício de espirais que sempre acabam no mesmo lugar como se nunca tivesse se sujeitado ao destino, essa sensação de conforto desconfortante, quando chega ao ápice da monotonia entediada traz um desespero, talvez queira dizer desapego, eu é que já esqueci. Olho para todas as portas que não convém me dar passagem, nem ida nem vida, esperando que alguma amorteça o meu desejo de voltar ao que era antes de ser pisoteado pelo meu próprio coração. É, talvez eu queira é esquecer, mas felizmente, não dá, nunca deu, falta de tentativa não seria a resposta.

Agora, parece que nada aconteceu, ou que os sorrisos foram penhorados por mais inverdades. Não sei ao certo, deu-me a impressão que estou imune aos meus próprios pensamentos, assim eu vou deixando a mania de deixar tudo para trás, e recomeçar com tudo oposto a minha falta de coragem. Agora, quando trato do passado, continuo sujeito ao desencanto daquelas palavras descartadas, tão pouco parecidas com as quais um dia pensei em entregar. Caindo tantas quanto de tão alto dos próprios sonhos, foi que nunca deixei de lembrar de como levantar. E eu ainda não sei me fazer indolor...

Matheus Souza

Passa.

Posted by Tk On segunda-feira, 9 de abril de 2012 0 comentários



Convenci-me afinal de que fugir não é esquecer... E, das lágrimas já de tão enraizadas nesse coração estéril e tão inalcançável de palavras de conforto, confesso, não pudera mais sorrir com tanta sinceridade como antes de conhecer aquele lado partido, sem expectativas de um recomeço merecido, agora perdido, tão passageiro quanto a noite, quanto o gosto do beijo daquele que talvez se ame, mas não encontra razão para que não torne-se irreal. Então, procurei na memória algum outro momento tão feliz que se equiparasse  ao sutil presente do destino, me deixei preso em nostalgia, encontrando apenas o que não procurava. Porque perder foi tão fácil? Embora, nunca me deixo escapar um sentimento sequer por esse passageiro.

Eram-se as folhas, flores, cores, vida, o calor das mãos, agora só de alegrias meio fingidas é que perco o sentido das minhas verdades, não tão verdadeiras. Não te peço pra que fique, mas não quero que vá embora e tranque a porta que demorou um tanto para ser aberta, saindo junto com o som dos teus passos secos o que sobrou da luz, que preenchia o vazio das minhas palavras. É frustrante saber que não há mais retorno em tantos pedidos feitos a cada uma das estrelas que tocou os olhos, a cada estrela que fiz cair do meu céu que já foi assim, tão estrelado. E se foi o último pedido... Passageiro.

Matheus Souza.

Noite.

Posted by Tk On quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012 1 comentários



Apague dos olhos, as nuvens nublam o céu, as estrelas já não brilham como antes. Refixar algo perdido de volta ao lugar onde nunca esteve, tentar te alcaçar, será que já é tarde? Feche os olhos e a luz não faz mais tando medo assim. Porém, saiba que sempre vai estar lá, à cima das núvens, gravado na íris dos teus olhos, o sentimento que tenta se enterrar numa sepultura de palavras secas. No final sempre vai abrí-los, eu sei, aí então vai poder ver que não dói tanto assim.

Matheus Souza

Retrato.

Posted by Tk On segunda-feira, 30 de janeiro de 2012 2 comentários



Aqui, parado. Do outro lado. Tendo seus olhos escuros como aval de que são passageiros, atravessados no meu senso egoísta comum. Só há de dizer que nunca soubera, por que nunca se deu conta do meu olhar focado espelhando, esperançado em um ínfimo sentimento teu posto aos meus -tantos e sem procedência-, convergindo ao final no teu sorriso discreto. Do timbre da tua voz me fez incerteza, de que algo aqui dentro encontraria paz. Mas não se preocupe não, que não há de saber, eu juro. 

Do mesmo lado, embora por hora, jamais podorei te tocar, tão quanto possa grafar amor entre as linhas, que de tão distantes, mal encontram as próximas letras da frase para me levar ao costumeiro sentido amargo... Mas não se preocupe não, que não há de saber, eu minto. Sinto um tanto que seja impossível, sabe? Porém, sufoco-me aos poucos no teu sotaque enevoado ao momento que sei que me dirás que não há de ser. Conformo-me em não querer amor, por febre te imploro que nunca vá embora e leve contigo o afago dos sonhos estrelados que me trouxera... Do outro lado, depois de outro último aceno que não quer dizer nada.

Matheus Souza

Na Outra Esquina, Um Pedaço.

Posted by Tk On terça-feira, 17 de janeiro de 2012 1 comentários



É quase impossível não falar de si, quando todo o espaço do mundo, todo vazio ainda preenche os olhos. Nenhum caminho, objetivos ou sequer sonhos para ser sincero com seu distinto destino, apenas há o passo depois de um outro no mesmo lugar, custa mas sabe, não chegará lá. Falta alguma coisa, acho. Não sabe se é aqui ou se ficou para trás... O que se sabe é que faz falta ser acolhido pelo calor, pela noite relembra ainda da dor.

Encontre a árvore e o mastro e encontre o caminho, lá é livre, lá não morre... Escreve e sonha todo dia, sobre um lugar, qualquer lugar, apenas para ter aonde ir, embora jamais rotoma a volta depois. Até lá, sem sapatos, sem sol, sem a esperança guardada entre os dedos, sem a última carta no bolço de trás, apenas quando olhar para frente veja o espelhado do adiante... Porém, não volte até alcançar as estrelas. O que queria não era alcançá-las, queria era ter certeza que ainda era capaz de voar como antes.

Matheus Souza

Ponto.

Posted by Tk On domingo, 1 de janeiro de 2012 0 comentários




São tão sombrias as páginas passadas pelos dedos, devagar sem nenhuma chance de volta... Apesar desse passageiro alívio solto tua mão e me deixo ir, tentar seguir em frente, sabe? Pudera dizer que tudo passou tão rápido, sem abafar o grito tão vazio, que dói ao ver as luzes se apagando sem jamais terem perdido seu brilho, sendo levadas sem antes me levar ao vasto céu. Nada a escrever pra tentar dizer que não posso mais... Entre essas letras vou escondendo uma meia dor, uma meia esperança, um oceano de perguntas sem sentido, possibilidades sem a resposta certa concreta de que amanhã vai ser só mais um outro dia. Só te peço, não te esqueças de mim...

Dos próximos capítulos, cuido eu em escrevê-los, dessa vez sem teu nome entre as linhas, em cada estrofe. As minhas lembranças nos versos grafados nos teus olhos, sorriso e voz, dos quais não me deixo esquecer, e lá sem nenhum pouco de mim mesmo. Tão comum. Sem tentar nunca outra vez, até que o amanhã chegue e nos separe, mesmo que não houvesse encontros entre nós. Coitado, nunca lhe disseram como dói? Sem ter provado tanto dos dois, ao seu lado, sem engolir nenhuma de tuas frases, embora as minhas estejam ainda todas sufocadas entre os dentes, ardendo em arrependimento.

Mesmo que nunca tenha ficado, tenho que te deixar ir. Talvez por pouco nos encontremos nas ruas, nas páginas, na vida. Mas, quero que guarde entre as certeiras lembranças de um papel arrancado de um velho livro que poderia dizer qualquer outra bobagem. Agora depois que tantas palavras escrevi, e tantas que ainda faltam, continuo sem conseguir explicar o porquê de tanta bagunça, perdido entre cada letra desta carta. Apenas gosto, é assim que me explico. Só não dê importância as minhas palavras, e vá. Quando eu fechar a porta, não olhe nos meu olhos, fechando, voltando ao luto, como sempre. Tão comum. Apenas vá... É aqui que me despeço. Não adianta, nunca te esquecerei de toda forma que tentasse... Aqui, fica um curto "até breve".

Matheus Souza