Deixe as Borboletas Chorarem... Deixe-as Chorar Por Você.

Posted by Tk On quarta-feira, 26 de outubro de 2011 1 comentários



Estou tentando dizer adeus... Minhas pernas não se movem. Ao redor, elas dançam, fascino-me e fico um pouco mais. Não quero que olhe para mim agora, não repare, "não são lágrimas" eu  tento disfarçar, é uma forma de dizer sem palavras que não quero ir... O momento é breve. Os olhos se enchem de cores,  finalmente elas voam por aí outra vez... Saudades. Agora não há mais nada além de cinzas aqui dentro.

Lembrei-me que há muito não via uma, não como àquelas... As daqui sumiram, ou se esconderam, vai saber... Simplesmente morriam, a desgraça as buscava ao pôr do sol. Era doloroso vê-las chorar a cada vez que arrancavam suas asas, duas vidas, meus olhos. Preferi ocultá-las... Aqui. Assim era melhor, ninguém poderia fazê-las mal, a mim. Infeliz escolha! Tudo ficou frio, foi perdendo o brilho, as cores, as asas... Só restaram as lágrimas. Não adiantara, era futuro certo. Por mais dolorosa maldição, não mais vivas, eram livres, eram vivas, por mais que ela as esperasse ao final do dia. Sim, precisava fazer de seu único dia o mais radiante, o mais vivo, matizadando os olhos sem cor de esperança... Fazendo do meu último dia feliz outra vez, o encanto das borboletas... Você, assim eram vivas.

Matheus Souza

Conto de Abismos.

Posted by Tk On segunda-feira, 17 de outubro de 2011 2 comentários


 A lágrima esquerda cai como um pingo de chuva nas pedras... Sentia saudades da tristeza, das luzes, do conforto. E está caindo, lugar alto, longe de você.. Assim está melhor. Dentro daquela lágrima, a alma. Não é tristeza, ou infelicidade, sabe? Apenas não está bem, hoje, ontem, talvez amanhã, mas passa... Caindo, caindo, encontrando-se no fundo da lágrima lá no final.

Caindo, caindo... Nunca encontra-se com o chão, nunca acaba. Pôs a jogar-se do alto, nenhuma mão para segurar... Mais nenhuma lágrima, agora estava tudo turvo, apenas a sua sombra ladrava em volta.  Silêncio quebrado, caiu e partiu-se em tantos pedaços quanto as gotas da chuva daquela noite... A lágrima direita caiu, cristalina, dessa vez sem medo, última gota de sangue, viva ainda mais um pouco, era tarde de mais para ser amada...

Matheus Souza

Devaneio.

Posted by Tk On segunda-feira, 10 de outubro de 2011 4 comentários



Andar por aí sem saber quando voltará. Queria era viver, sem hora, no momento certo. Mas o que o fez desistir? Só ele sabe, só seu coração sentiu. Eternos desencontros, desventuras. No porvir de suas preces, não imaginava que acabaria daquele jeito. Só queria garantir que não iria acontecer tudo outra vez. De nada adiantou... Então, sonhou mais um pouco.

Infantilmente, era tudo uma brincadeira. Tudo fugiu do controle... Ele desejou infelicidade, ele a teve. A falta daquele calor na mão quando alguém a segura fazia muita falta, faltava aquele a quem amava. Usa o infortúnio como desculpa para deixar como está, deixar para amanhã, trágica hora. E lá ele fica, sem dar uma chance a ninguém, nem a ele mesmo. E quando finalmente encontra a quem talvez o faça superar, reza para que seja correspondido. Então, sonha outra vez...

Matheus Souza

Faça a Prece, Siga em Frente.

Posted by Tk On domingo, 2 de outubro de 2011 3 comentários



É bem simples "entender" quando não se... É melhor esquecer.

Escondeu seu próprio coração de si mesmo, mais tarde quando mais precisou, em sua sucessiva procura, nunca o achara. Ele precisou aprender que por mais que doesse, eram apenas as suas dores, apenas suas. Escolher o errado era mais atraente aos seus olhos maliciosos. Sorria e já não mais suportara, afoitas, as lágrimas, desmanchavam a maquiagem de "eu estou bem". Enganar o próprio sorriso tornou-se dificultoso. Veio, voltou, parecia não saber onde procurar. E o pior foi achar que o encontraria entre os traiçoeiros trilhos da vida, apenas seguiu em frente...

Pobre perdido... Seus atalhos, preço por não ouvir ninguém. E eis que um dia os ventos que tomavam caminho à qualquer direção, curiosos com o jovem sem rumo, sopraram-lhe em segredo o caminho de volta, ou talvez o de ida. Não sabia aonde havia errado. Finalmente, devolvido ao lugar de onde nunca pertenceu, pareceu não estar completo. O que o fazia completo? Isso nem ele sabia. Precisava sair para que pudesse descobrir, ir outra vez. Dessa vez sabia o que procurava, e se não soubesse, procuraria saber. Talvez demorasse uma eternidade, ou duas, porém estava convencido de que não retornaria sem ele mesmo, aquele perdido no meio caminho. Sair para, enfim poder voltar... E quem ele era? Isso será uma longa história. Talvez a sua cruel senda responda, rota dos perdidos.

Matheus Souza