Bivalência.

Posted by Tk On domingo, 25 de setembro de 2011 1 comentários



Estou feliz por sua volta, mas quero apenas avisar, agora, eu sou quem irá embora, não que importe é claro. Naquele tempo, eu gostaria de ser... Eu quis ser, mas desisti. Diga, "ele não foi forte o suficiente", e não estará errado. Agora eu quero descansar, não "ser" por alguns segundos. Não culpo à ninguém, essa tristeza planejada, expectativas, depois eu mesmo as destruo e volto ao que era.

Acho que gosto do que me faz mal, amo o que dói, faz-me sentir vivo, vivo só por hoje. É, a inspiração da minha dor, não que seja a maior, é mais uma "dorzinha", embora ainda doa. Sim, agora é "não" outra vez, como de costume. E me acostumo à não me acostumar.

Matheus Souza

Faça, Desfaça, Farça.

Posted by Tk On sexta-feira, 23 de setembro de 2011 1 comentários



E anotava todas as ordens sem pestanejar ou argumentar contra. Aquiescia enquanto eles resenhavam seu futuro. Era trágico, escrevia sobre si em uma folha amaçada grafada à sangue, seu próprio sangue. Você está cansado? Ele também estava. Cercado pelas funestas e distorcidas imagens do vau de sua existência profunda, vagando em seu mundo irreal. Ele pode, ele é, ele tem... Aprendera à suportar, se não andar seria difícil. Tinha que lembrar, da próxima vez tinha que dizer "não" para àquela desconfortante sensação.

Sim, ele tinha, de todas as formas. Ele tinha que ser o que todos queriam que fosse. Seja, olhe, fale, mas não sobre você. Ninguém precisa ouví-lo enquanto estivesse assassinando seus próprios sentimentos, mas calma, eram só aqueles não estivessem aos seus moldes. O que ninguém quis que ele fosse, era feliz... Mas entenda, como eles poderiam desejar algo para ele que não sabiam ao menos definir? Sim, seja como for. Diga "sim", pense que não. Render-se ao silêncio das lágrimas abortadas. Medo de dizer não, porque deveria? E vai seguindo as sombras dos "guias-perdidos". Ele um dia aprenderá que pelos seus próprios passos, poderá até errar, mas nunca poderá dizer que nunca tentou. E que se não tiver coragem de ser, nunca será. Nunca será feliz... Nunca será ele.

Matheus Souza

Era para ser.

Posted by Tk On terça-feira, 20 de setembro de 2011 2 comentários



Se começasse esta história com um "eu sempre o amei" seria apenas uma outra qualquer... Sentimentos avessos dele, meus...

Decidiu há muito que mudaria, reecontraria-se na próxima página do seu livro não-escrito. Rabiscou-o da memória, e reinventou-se. Quanto mais forçava-se a esquecer mais a lembrança tomava-se parte dele, coração reminiscente. Retornou, depois de sua vergonha. Seu teatro particular... Infelizmente, a encenação não os convencera, fazer o que? A resposta da pergunta nunca agradou.

Ele precisou reaprender a reamar. Achou que tinha achado. E lá vai ele, não o julgue, ele só está tentando ser feliz, por mais que ele só tenha ouvido falar, achara que pudera ser. Cansado. E eu nem sei mais o rumo que tomou, afinal eu não posso contar aquilo que nem o destino soube contar... Ficou perdido entre às palavras, as suas. Esperando um dia encontrar-se nas palavras de outro, talvez em um "eu sempre te amei".

Matheus Souza

Não Volte.

Posted by Tk On segunda-feira, 19 de setembro de 2011 2 comentários



Desculpe-me, mas só por hoje não vou sentir. É difícil explicar como, pois é como se tivesse morrido naquele dia. Tentando... E começa tudo outra vez, achei que tinha aprendido. E preso no meu quarto escuro, agourando os sussurros dos que foram-se, procuro a chave do que me faz preso. Sufocam-se os gritos de desespero que soam como um "adeus", era só o medo da tua regressão. Não, não sou mas quem era, ter que desistir de toda uma vida me fez um outro.

Respirar nunca foi tão difícil. Hoje, as memórias daquela noite encarregaram-se do não-sentir, acho que me enganei. Parece até que nunca escutei "não", o grande problema é que ouvi, eles me aconcelharam demais, me fazendo trilhar longe do caminho onde talvez pudesse finalmente encontrar o "sim". E vou novamente, procurar o que eu nunca poderei encontrar. Só precisaria de um tempo para organizar tudo para a volta do sentimento bagunceiro, o que ele iria bagunçar se ainda nem recuperei-me do último de seus feitos?

É medo, só isso. Medo de sentir a pior dor da minha vida novamente, a de te perder por causa do medo...


Matheus Souza

Sobre Esse Pedaço...

Posted by Tk On domingo, 18 de setembro de 2011 1 comentários





Infelicidade minha. Até os personagens mais tristes que crio acabam afinal em um final feliz nessa infeliz vida, e eu já nem sei. Tentando encontrar o meu escrevendo o deles, acabo me perdendo. E quem é cruel é o destino, o notável escritor dele mesmo. Virtuoso injusto, escreve tantas lindas histórias, mas tantas outras infelizes. A minha está entre as várias infelizes, bem alí, junto aos livros que ninguém lê. Embora nunca houvesse lido o final da minha história, sabia, apenas sabia, não me permiti reescrever-me novamente.

Um dia achei que tinha encontrado o meu, mas foi roubado por um certo rapaz, que má sorte. Enquanto o destino narra o meu fado, vou perdendo as esperanças. Vejo que talvez não tenha mesmo espaço para mim em um livro feliz como esse que deveria escrever, mas não importa. Ou talvez o destino não seja tão nefasto assim, afinal estou falando do entediante presente e não do futuro. Começos dolorosos não significam finais dolorosos, afinal ninguém quer ler um conto perfeito. Não importe-se com finais, eles impedem os começos...

Matheus Souza

Fugir, Fingir...

Posted by Tk On sábado, 17 de setembro de 2011 2 comentários



Naquela hora fui tomado, meu coração levado. Triste era saber que nunca iria voltar, não como era. Mais triste foi perder aquele momento. Perdido no fundo da minha mente. O toque dele, é, destrói toda uma defesa que levou anos para ser construída, depois de reconstruída, era a minha única forma de fugir do que me fazia sentir, ou fingir que não, e do que me fazia feliz. Não pudera viver sem, embora doesse, e morrendo aos poucos acabara não vivendo.

E sabia, morreria pela a dor de viver sem. "Ele não me amava", única desperançosa certeza que sussurrava ao vento. Ele olhou, me abraçou forte. Aquilo assustadoramente me transtornava, era o medo da ilusão. Não, sim, não, nunca, jamais, ele não... Um beijo, eu aceitei a triste condição do amor, o preço de não pertencer mais a você mesmo. Substituir, esquecer a palavra "viver" pela palavra "amar".

Matheus Souza



Não vivi para ser, e ninguém me espera. Tudo é tão sombrio e esse tudo se resume em mim. Eu me tornei assim, não porque quisera. Certo, pense como se eu fosse um desarranjo de tudo, a distorção do que eu achava que eu  fosse. Ninguém poderia me conhecer, não a mim, mas para aquela sombra vaga, o eu, é melhor e familiar.

Toda essa fúnebre sensação necessariamente não significaria uma certa dosagem de malignidade, veja mais como um segudo de uma invulnerabilidade questionável. Saiba que, apenas os corajosos ousariam desafiar a incerta escuridão, a minha escuridão. E mais uma coisa: cuidado para não se perder...

Matheus Souza

Talvez um Outro Paradigma.

Posted by Tk On sexta-feira, 16 de setembro de 2011 1 comentários



Talvez essa fosse a história de alguém que vivesse para não viver, sonhasse por sonhar e acreditasse naquilo que mais ninguém acreditasse. Talvez seu maior medo fosse a solidão, e fizesse desta uma impenetrável barreira para fugir de um outro maior e mais aterrador medo, uma dor que apenas outro poderia causá-la.

Talvez pairasse sobre a sua incessante e frenética corrente de raciocínios a possibilidade de um dia encontrar o que talvez lhe fizesse sorrir sinceramente, que não era por luxo e talvez nem fosse isso o que verdadeiramente quisesse. Talvez não soubese qual fosse o caminho, embora trilhasse um, ou talvez já houvesse enveredado por outros. Talvez o sentimento não houvesse ido, era um agradável inquilino, não o deixara ir, era tudo o que restara.

Talvez tudo gerasse uma certa contrastante combinação de estar em casa com a de não ter para aonde ir. Talvez confudisse tudo o que acontecera e sentira, ou talvez não vivera o suficiente para entender. Talvez a culpa fosse sua, por ser um imortal paradoxo, um talvez.

Matheus Souza



Ele, nunca me deixou ir, embora, fez-me te ver ir. Como espelho onde via o reflexo das nossas lembranças. Era cruel, porém reconfortante, foi tudo o que restou afinal, não é? O som do findar era tão familiar que acordara-me do doce sono , na qual tinha como sonho. Uma, duas, e nem sei em que número parou a minha contagem de decepções.

Ele, era ele que revivia tudo aqui dentro. Mas amanhã voltarei, fingir que aprendi com o que passou nunca foi difícil, mas doía como se fosse. E no fim eu esperei que você voltasse. Esperei até que o tempo me esperasse. Mas, sobre toda a verdade, quem era o dono da espera era você, eu havia ido e havia de um dia voltar sem saber. Tudo o que o passado não me contou foi sobre a culpa da fuga de um coração cansado. Essa poderia ser uma história feliz... Mas não minha...

Matheus Souza