Até.

Posted by Tk On segunda-feira, 30 de julho de 2012 0 comentários



Noite passada, assim do nada, o medo de te perder estampou o meu rosto em lágrimas, e essas em vozes, uma a uma fazendo o som de cada pedaço quebrado caindo e sumindo de vez. Não saberia te explicar os porquês do meu receio, mas te afirmaria que não se faria diferente se soubesse. Por ter visto alguns partirem me põe a vontade de te ver ao oposto. Então não lhe peço que entenda ou assinta, imploro que não me negue a esse último pensamento avulso que lhe toma por companhia. É contraponto em dor, por enquanto e por quanto for de ser.

As minhas forças, as visitantes, já se foram, as portas entreabertas, eu só não deveria ter lhe chamado para entrar, quem sabe para tomar um chá, pensei, mas convidei com esperanças de lhe dar o papel das passageiras, e tornar-me permanente, talvez você apenas levasse um pouco mais de tempo. As estrelas talvez se apaguem depressa, no entanto hão de demorar em dissipar seu brilho em morte, e, embora ainda queira que os minutos para o fim regressem para o sempre, que não se enfade dessas palavras até que elas deixem de alumiar os teus passos.

Matheus Souza

Dobre.

Posted by Tk On domingo, 29 de julho de 2012 0 comentários



Que sirva de suporte a todas essas palavras outorgadas esse sentimento vazio... Molde as dúvidas por entre os rabiscos das próprias mãos, e, então vá, inciso noutras falhas por essa vida e por lá. Ele apenas não pode acreditar assim tão de repente na verdade, prefere suas tragédias de cabeceira. Já não o intriga esses desastres que lhe chama de gostar. É hábito de desesperança, entenda. O que o chama à atenção é o sabor costumeiro de infelicidade, é o que espanta, é o que escreve, são os desvios que não o afastam do destino, e a demência que traz sentidos.

Não! Não ponha os pés a descansar ainda! Não é aí o seu lugar, não é a dor que possa chamar de lar. Precisa de um contraste, um contraponto nessa solidão, um sorriso, algo que supõe ser fácil de encontrar pelas ruas à meia luz, nos ladrilhos desse seu fado certo, mas peço, que não seja mais dor. Não quer imaginar que posteriormente ao fim foi o nada. Fez-se apego um tanto ao azar de ser assim, largado, fora dos braços do amigo que é o ânimo, que não dera ocasião a se lembrar de esquecer-se dessa agonia, pois confessa, nunca sentira tal e jamais sentiria de novo. Vaga esperança, essa se cogitasse alcançá-la, poria no enquadro da alma a certeza de aproveitá-la até o momento de esquecer que já não mais pisava aquele chão frio.

Matheus Souza

Não Dura à Dor.

Posted by Tk On quinta-feira, 12 de julho de 2012 0 comentários



Sei que precisa chorar, sei que precisa de algo que te leve afora. As paredes desse poço, pegajosas, escorregadias e molhadas de lágrimas, não deixam escalar. Avesso. Essas me escalam, me impelem medo e demovem, o mesmo lugar, fundo. Brilho apaga, como se nunca tivesse passeado por entre os olhos, deveria discernir que era para nunca durar. Grite, vá! Quem sabe mãos me subam da garganta, sufoquem com mais ímpeto ainda esses berros abafados, estanquem esses lamentos intragáveis e adornem mais falhas a essa perfeita displicência.

Não conte para ninguém que eu reconheço as intenções. Agora, dirás que tem medo do escuro? Não me discurse sobre tais. Vai invadir, vai avançar e vai tomar o lugar, e eu suplico que não, então vai abrir as janelas dessas cicatrizes para fazê-las verem o sol nublado de cinza. Aprenda a lidar, não faz jus ter sentido, não se indague, logo não fará senso de tempo, de dor, de histórias bem contadas, e finais agradáveis, nunca, nunca mais. É feitio da dor esse murmúrio, é só uma forma dela me desviar a atenção enquanto ela finda a pele e dispersa as preces.

Lá de baixo, agora só me encontram as imagens daqueles rostos ruídos. Olho para baixo e minhas mãos cavam procurando esperanças, embora seja apenas mais lama para sujar os dedos. Enterro os últimos sonhos, despeço-me, como de praxe, e durmo no vazio, tão íntimo, todo dia. Então recolha as lágrimas. Resta solidão, a única a te dar a mão, assim eu me dou, eu me doou dor.

Matheus Souza

Grave.

Posted by Tk On quarta-feira, 11 de julho de 2012 0 comentários



Estilhaços de desafeto jogado por todo lado. Eu nem sei mais. Nunca me preocupei em descobrir como me faço isento de mim mesmo, desses pensamentos malucos, meios perdidos ao que não convém recontar. Eu quero de volta, e logo, preciso daquele motivo que me foi roubado, apenas para dizer que não quero mais silêncio em mim. Já chega desse sorriso desbotado na cara, esse que quando no quarto vai borrando pelas lágrimas, guardado na gavetinha esquecida do criado-mudo.

Mas aí vem você, estranho, olhando fundo e alarmando que não existe forma de vida nesse meu mundinho cinza. Você não tem o direito de invadir e de confiscar as minhas lembranças, pois você é tão cinza quanto eu. Mas pelo incrível que pareça você matiza esses minutos jogados fora conversando bobagens. Então você vai enfeitando esse meu ínfimo riso. E eu querendo ser incauto, mas singelo ao dizer que não me faça distância, faça-me bem. Ao final, ficam apenas minhas condolências ao final de sempre, que eu sei de cor, taxado, nessas linhas infindáveis. Desculpe-me...
Matheus Souza

Acendam os Rabiscos no Céu.

Posted by Tk On quarta-feira, 4 de julho de 2012 0 comentários



Declaro aqui o motivo de toda essa falta concisa em suturas. Pois dói estar são e não saber ladrilhar estradas sob esse céu. E sobre o céu nem atrevo a constar distância, antes pus nos pássaros cartas que caíram como chuva em desdém, afogando ao relance dessa ideia de felicidade. Eu sei que a vida continua assim, eu ainda contando os passos do meu atraso, colecionando pecados. É que eu só queria alcançar, almejando apenas a sensação de almejar, desejar chegar a algum lugar, pelo menos uma vez, nesses ensejos entre os dedos nervosos.

Nunca me adverti a errar, nem me interessei nas feridas que as alturas fizessem. Só pensei em fantasiar que a corda era estrada, talvez imerso naquele oceano de ilusões tivesse uma daquelas faíscas que esperançassem algo bom, de verdade. Além do que, na verdade esses olhos se cegaram, castigados de tanta luz alumiando o descanso escasso, sob a sina que não dá passagem a essa vontade de gritar de dor, abafado pela a sede de acertar, findando as certezas no peito de que esse tempo não muda. Depois daí eu nem faço lembrança de quando me foi dada a bênção de imaginar essa felicidade pela a primeira vez, só sei que está no lugar que está, por aí. Assim, como não me foi dado o dom de vê-la, será me dado o de tocá-la e quem sabe prendê-la a mim por alguns segundos cerrados antes que dê os pés ao vento.

Nesse sonho tão etéreo, criei-me os mundos que a mente deixa criar para me pôr ao desejo de viver, perdi-me o quanto o engano deixa perder, mesmo sendo difícil a senda do novamente. Depois de acordar no concreto, refaço os levantes e me doou mais um pouco a dor, ascendendo o olhar aos meus nadas e às incertezas. Enfim, talvez o caso seja custar a dar fim a essa prosa... Continuando tão à toa até que perceba o quanto não se fez por amor.

Matheus Souza