Faz-me favor a sinceridade, e
adia cada palpitada por um viver sem razão. É só a existências de porquês, e,
de cor eu confesso nunca lidar com esse pranto todo. Foi-se o que fora bom,
sobretudo que sobre aquilo que insiste em ser verdadeiro, por mais doloroso que
se almeje não passar inerte. Fixe as margens do meu céu, e ponha-te no lugar de
lá, de onde não há de sair até saber que também não se entra.
Nem te peço, nem me ajude, apenas
dê-me a paz de te ver indo embora. Mas ainda espere, leve consigo o amargo
intragável dessas mentiras, traga o presságio de alento. Nessa cela o azar se convida ao sussurro da
mão cerrada à maçaneta sem porta, os passos dão adeus ao chão falso, e assim
corre em fuga da ilusão de felicidade. É virtude da malícia ser sarcástica ao
tramar contra si própria, então penso que foi inocente. Não sei ao certo aonde
me larguei das palavras que recolhi das estrelas, esperando assoprá-las aos teus ouvidos, sei que no bolso ficaram as que deveria ter cravado no peito para
me tomar, de uma vez só, o fado sem amor.
Não seria do seu feitio se
culpar, porém a sua consciência acusa a farsa. Quis fazer então deveras desnecessária
essa despedida, pois supunha saber que se tratando de partidas eu recolho os
meus olhos dos teus um tanto assim, então me faço certo do acaso. Há de haver mais
encontros entre o “até logo” dessas histórias pontilhadas de lágrimas, todavia
fora o derradeiro olhar, e mais um aceno jogado ao vento.
Matheus Souza