Basta-me, Ontem...

Posted by Tk On segunda-feira, 20 de agosto de 2012 0 comentários



Faz-me favor a sinceridade, e adia cada palpitada por um viver sem razão. É só a existências de porquês, e, de cor eu confesso nunca lidar com esse pranto todo. Foi-se o que fora bom, sobretudo que sobre aquilo que insiste em ser verdadeiro, por mais doloroso que se almeje não passar inerte. Fixe as margens do meu céu, e ponha-te no lugar de lá, de onde não há de sair até saber que também não se entra.

Nem te peço, nem me ajude, apenas dê-me a paz de te ver indo embora. Mas ainda espere, leve consigo o amargo intragável dessas mentiras, traga o presságio de alento.  Nessa cela o azar se convida ao sussurro da mão cerrada à maçaneta sem porta, os passos dão adeus ao chão falso, e assim corre em fuga da ilusão de felicidade. É virtude da malícia ser sarcástica ao tramar contra si própria, então penso que foi inocente. Não sei ao certo aonde me larguei das palavras que recolhi das estrelas, esperando assoprá-las aos teus ouvidos, sei que no bolso ficaram as que deveria ter cravado no peito para me tomar, de uma vez só, o fado sem amor.

Não seria do seu feitio se culpar, porém a sua consciência acusa a farsa. Quis fazer então deveras desnecessária essa despedida, pois supunha saber que se tratando de partidas eu recolho os meus olhos dos teus um tanto assim, então me faço certo do acaso. Há de haver mais encontros entre o “até logo” dessas histórias pontilhadas de lágrimas, todavia fora o derradeiro olhar, e mais um aceno jogado ao vento.

Matheus Souza