Os pormenores mesmo que piores que sejam fazem sentir menos
um quarto sequer do ultraje que é ser inutilmente nostálgico. Assim lhe falo,
amigo, estou deixando de lado um mais de coragem que poderia ser deveras afiada
num laço que não me rompe. Por dó então, eu vou me levando de ponteiro na vida,
passando de corda qualquer que demais fosse pra permanecer. Nesse tempo, que
aspira um ameno tão de horizontes, eu ao menos o torno algo que me traga um dia
de mero intento, uma estação que espera você passar por cadente no céu da minha
calçada curada a giz.
Alguns por vezes ou de longos meses encontram por fim um par, um achado de nada
mais que espaço vago. Outros de vago, vagam atrás de algum traço que mereçam
mais estragos. Esses tais esquecem de gravar os segundos de completo que nem de
todo sonha em calar.
Matheus Souza
Tem coisas que de um tanto em tanto, fazem falta. Nem que
agora tanto faça frio, eu te espero na porta. A maçaneta que morre de tão
morna, vive a deixar quais despedidas fossem atrozes a falhar pelo tapete da
sala, perto do conjunto novo de sofá. Faz tanto atrás, mas se volta, perde a
hora e o ponteiro que era para acertar o tempo de chegar. E que de tanto ninguém
traz, um pouco de conhaque diluído em afeto pra um velho resmungo varrido da
sala de estar. O que me apraz, é um tanto que não se faz, é um orvalho que não
cai e nem uma junta me desfaz aquele afago no peito de deitar num leito de
qualquer rapaz. Apenas faz um tanto de mais, que de um voto não devora, porém
remedia qualquer jura de quem nada sofre mais. Tanto faz.
Matheus Souza