Só Não Me Peça Para Lembrar.

Posted by Tk On domingo, 18 de dezembro de 2011 0 comentários



Certo, rasgue as folhas do velho caderno, esqueça, jamais fale sobre. Aqui não há luz chegue, é a certeza de permanecer. Porque tão apreenssivo? Agora sente-se aqui e conte-me a razão de tais estultos sentimentos. Faça-me acreditar... Um lugar vazio no reflexo dos meus olhos, alguém costumava estar alí. Faça-me acreditar... Não posso cogitar refazer a volta, as notas novamente. Não, não existe, é somente conto que sopita ao tardar da noite como rumores de morte, morte de alguém que desistira de não tentar.

Naquela noite em que saiu, deixou aberta a porta, quem quis entrar assim o fez... Preencher o vazio entre dois pulmões. Penas brancas, três dias oníricos sem esconder-se das mãos da escuridão. Culpa do toque, pássaros que encantavam, cantavam sobre  amor, acertando apenas um de dois. Cante, mas não a melodia dos dormentes que não mais sonhavam... Artificial achava, acreditar no que nunca sentiu. Viver a tal história, embora fosse apenas mito... Tomara para si a sina de quem o fazia esperar, talvez um dia esbarrasse por aí com o próprio passado, devolvido em pedaços.

Matheus Souza

VI: Relógio.

Posted by Tk On quinta-feira, 24 de novembro de 2011 0 comentários


"Aquela, a melhor sensação entre poucas que experimentei… Abraçar o suposto amado, nem que por cinco segundos perdidos no espaço entre um até logo, cogitar o irreal sentido do talvez “para sempre”. Parece até que o mundo parou nessa hora para assentir, era só  mais uma das milhões histórias de amor contadas no mundo, embora não fosse de amor… Tudo o que precisava... A respiração confirmando a simples razão de estar alí… Nem que  por cinco segundos… Ele foi meu, apenas por enquanto."

Matheus Souza

Seven Tears.

Posted by Tk On sábado, 19 de novembro de 2011 0 comentários



Uma, ou duas, até mais do que pensam... Não espera que passe, ou que o ajude... Não espera que morra, nem que viva. Apenas sente, sente a chuva, sem molhar a roupa, só os olhos. Somente um ato para mais algumas cairem, mais dois, e já são precipícios, no fundo cheios de esperaças, embora sem vida, despencaram-se sem mais nenhuma, talvez alguma, porém era profundo demais para enxugá-las. No final, só não quer acreditar...

Matheus Souza

Nunca Mais "Para Sempe".

Posted by Tk On sexta-feira, 11 de novembro de 2011 0 comentários



Um dia ouvi que não poderia ter tudo que quisesse, embora que nada foi o que sempre tivera. Aprendi da pior maneira para não se aprender. Mas, hoje decidi esquecer. Fingir que deixei tudo para trás, embora houvesse guardado apenas o que era seu em meio à toda àquela bangunça. É, parecia que eu era muito bom nisso. Conviver com o incômodo, como de praxe. Mas eu sei, "você tem que superar", tentando, melhor do que não, fingir outra vez.

E eu aqui pensando como tudo acabou. E se tudo acabou foi porque não fiz nada para que ficasse como estava. Eu só esperei que fosse você quem não deixaria acabar, que não me deixaria ir embora. Eu sei, que bobo. Desculpe-me, mas não posso mais. Adeus despedida, desculpe-me, só estou cansado de tantas partidas...

Matheus Souza

VII: Coração.

Posted by Tk On terça-feira, 8 de novembro de 2011 0 comentários

   
"Tinha um coração de vidro, frágil aparência de ferro, sufocado em suas rachaduras. Perdiam-se entre as outras, perdiam-se as esperanças entre ele. Com o tempo as lágrimas se fundiam ao exterior e o blindava, inexistente à luz, sem olhos, como iria enxergar sua cegueira? Tornava-se mais do que era depois da infeliz noite, mais não-vivente, ou apenas parecia. Envolto em tristeza, sete janelas, somente a alma... Um coração à prova de um algo qualquer. Acima de tudo esperava o dia em que seria à prova de você. Escute o  som que vem lá de baixo... Sem fim."

Matheus Souza

A Flor de Papel.

Posted by Tk On quinta-feira, 3 de novembro de 2011 3 comentários



Dei-te uma flor, da maneira que quisesse ficaria com ela, só para lembrar de ontem, lembrar de mim. E o que mais posso fazer se ela implorou pela volta? Agora, mando-te esta, de papel manchado, riscado, folhas de um diário rabiscado de tinta vermelha, não repare, como de praxe. A outra não durou, nunca iria durar, achei que iria ser para sempre -que bobo-, murchou, morreu, foi-se, embora eu continuasse aqui sentado na varanda da sua casa. Essa sim, talvez dure, ou não, vai saber... Mas, quero que a devolva. Essa irá te abrigar, quando perguntada sobre a leve lembrança, herança de seu perfume, irá cantar o futuro místico ascendente que nunca houve entre nós dois...

Acordo, olho por sobre o criado mudo e não está lá, um dia já esteve, pelo menos esteve, e eu sabia que acabaria na falta. Quisera, rezo por discreta angústia presa entre os lábios... Espero... Sei que há várias cores entre as pétalas cinzas, só não consigo enxergá-las ainda, embora eu saiba. E desculpe-me, aquele foi um dia nublado... 

Disse que me amava, talvez só para que lembrasse de você, de ontem. Coitada da flor que nunca tivera sossego, de pétalas em pétalas arrancas sempre tivera seu fim, por mais que você dissesse que iria custar a eternidade.


Matheus Souza

Deixe as Borboletas Chorarem... Deixe-as Chorar Por Você.

Posted by Tk On quarta-feira, 26 de outubro de 2011 1 comentários



Estou tentando dizer adeus... Minhas pernas não se movem. Ao redor, elas dançam, fascino-me e fico um pouco mais. Não quero que olhe para mim agora, não repare, "não são lágrimas" eu  tento disfarçar, é uma forma de dizer sem palavras que não quero ir... O momento é breve. Os olhos se enchem de cores,  finalmente elas voam por aí outra vez... Saudades. Agora não há mais nada além de cinzas aqui dentro.

Lembrei-me que há muito não via uma, não como àquelas... As daqui sumiram, ou se esconderam, vai saber... Simplesmente morriam, a desgraça as buscava ao pôr do sol. Era doloroso vê-las chorar a cada vez que arrancavam suas asas, duas vidas, meus olhos. Preferi ocultá-las... Aqui. Assim era melhor, ninguém poderia fazê-las mal, a mim. Infeliz escolha! Tudo ficou frio, foi perdendo o brilho, as cores, as asas... Só restaram as lágrimas. Não adiantara, era futuro certo. Por mais dolorosa maldição, não mais vivas, eram livres, eram vivas, por mais que ela as esperasse ao final do dia. Sim, precisava fazer de seu único dia o mais radiante, o mais vivo, matizadando os olhos sem cor de esperança... Fazendo do meu último dia feliz outra vez, o encanto das borboletas... Você, assim eram vivas.

Matheus Souza

Conto de Abismos.

Posted by Tk On segunda-feira, 17 de outubro de 2011 2 comentários


 A lágrima esquerda cai como um pingo de chuva nas pedras... Sentia saudades da tristeza, das luzes, do conforto. E está caindo, lugar alto, longe de você.. Assim está melhor. Dentro daquela lágrima, a alma. Não é tristeza, ou infelicidade, sabe? Apenas não está bem, hoje, ontem, talvez amanhã, mas passa... Caindo, caindo, encontrando-se no fundo da lágrima lá no final.

Caindo, caindo... Nunca encontra-se com o chão, nunca acaba. Pôs a jogar-se do alto, nenhuma mão para segurar... Mais nenhuma lágrima, agora estava tudo turvo, apenas a sua sombra ladrava em volta.  Silêncio quebrado, caiu e partiu-se em tantos pedaços quanto as gotas da chuva daquela noite... A lágrima direita caiu, cristalina, dessa vez sem medo, última gota de sangue, viva ainda mais um pouco, era tarde de mais para ser amada...

Matheus Souza

Devaneio.

Posted by Tk On segunda-feira, 10 de outubro de 2011 4 comentários



Andar por aí sem saber quando voltará. Queria era viver, sem hora, no momento certo. Mas o que o fez desistir? Só ele sabe, só seu coração sentiu. Eternos desencontros, desventuras. No porvir de suas preces, não imaginava que acabaria daquele jeito. Só queria garantir que não iria acontecer tudo outra vez. De nada adiantou... Então, sonhou mais um pouco.

Infantilmente, era tudo uma brincadeira. Tudo fugiu do controle... Ele desejou infelicidade, ele a teve. A falta daquele calor na mão quando alguém a segura fazia muita falta, faltava aquele a quem amava. Usa o infortúnio como desculpa para deixar como está, deixar para amanhã, trágica hora. E lá ele fica, sem dar uma chance a ninguém, nem a ele mesmo. E quando finalmente encontra a quem talvez o faça superar, reza para que seja correspondido. Então, sonha outra vez...

Matheus Souza

Faça a Prece, Siga em Frente.

Posted by Tk On domingo, 2 de outubro de 2011 3 comentários



É bem simples "entender" quando não se... É melhor esquecer.

Escondeu seu próprio coração de si mesmo, mais tarde quando mais precisou, em sua sucessiva procura, nunca o achara. Ele precisou aprender que por mais que doesse, eram apenas as suas dores, apenas suas. Escolher o errado era mais atraente aos seus olhos maliciosos. Sorria e já não mais suportara, afoitas, as lágrimas, desmanchavam a maquiagem de "eu estou bem". Enganar o próprio sorriso tornou-se dificultoso. Veio, voltou, parecia não saber onde procurar. E o pior foi achar que o encontraria entre os traiçoeiros trilhos da vida, apenas seguiu em frente...

Pobre perdido... Seus atalhos, preço por não ouvir ninguém. E eis que um dia os ventos que tomavam caminho à qualquer direção, curiosos com o jovem sem rumo, sopraram-lhe em segredo o caminho de volta, ou talvez o de ida. Não sabia aonde havia errado. Finalmente, devolvido ao lugar de onde nunca pertenceu, pareceu não estar completo. O que o fazia completo? Isso nem ele sabia. Precisava sair para que pudesse descobrir, ir outra vez. Dessa vez sabia o que procurava, e se não soubesse, procuraria saber. Talvez demorasse uma eternidade, ou duas, porém estava convencido de que não retornaria sem ele mesmo, aquele perdido no meio caminho. Sair para, enfim poder voltar... E quem ele era? Isso será uma longa história. Talvez a sua cruel senda responda, rota dos perdidos.

Matheus Souza

Bivalência.

Posted by Tk On domingo, 25 de setembro de 2011 1 comentários



Estou feliz por sua volta, mas quero apenas avisar, agora, eu sou quem irá embora, não que importe é claro. Naquele tempo, eu gostaria de ser... Eu quis ser, mas desisti. Diga, "ele não foi forte o suficiente", e não estará errado. Agora eu quero descansar, não "ser" por alguns segundos. Não culpo à ninguém, essa tristeza planejada, expectativas, depois eu mesmo as destruo e volto ao que era.

Acho que gosto do que me faz mal, amo o que dói, faz-me sentir vivo, vivo só por hoje. É, a inspiração da minha dor, não que seja a maior, é mais uma "dorzinha", embora ainda doa. Sim, agora é "não" outra vez, como de costume. E me acostumo à não me acostumar.

Matheus Souza

Faça, Desfaça, Farça.

Posted by Tk On sexta-feira, 23 de setembro de 2011 1 comentários



E anotava todas as ordens sem pestanejar ou argumentar contra. Aquiescia enquanto eles resenhavam seu futuro. Era trágico, escrevia sobre si em uma folha amaçada grafada à sangue, seu próprio sangue. Você está cansado? Ele também estava. Cercado pelas funestas e distorcidas imagens do vau de sua existência profunda, vagando em seu mundo irreal. Ele pode, ele é, ele tem... Aprendera à suportar, se não andar seria difícil. Tinha que lembrar, da próxima vez tinha que dizer "não" para àquela desconfortante sensação.

Sim, ele tinha, de todas as formas. Ele tinha que ser o que todos queriam que fosse. Seja, olhe, fale, mas não sobre você. Ninguém precisa ouví-lo enquanto estivesse assassinando seus próprios sentimentos, mas calma, eram só aqueles não estivessem aos seus moldes. O que ninguém quis que ele fosse, era feliz... Mas entenda, como eles poderiam desejar algo para ele que não sabiam ao menos definir? Sim, seja como for. Diga "sim", pense que não. Render-se ao silêncio das lágrimas abortadas. Medo de dizer não, porque deveria? E vai seguindo as sombras dos "guias-perdidos". Ele um dia aprenderá que pelos seus próprios passos, poderá até errar, mas nunca poderá dizer que nunca tentou. E que se não tiver coragem de ser, nunca será. Nunca será feliz... Nunca será ele.

Matheus Souza

Era para ser.

Posted by Tk On terça-feira, 20 de setembro de 2011 2 comentários



Se começasse esta história com um "eu sempre o amei" seria apenas uma outra qualquer... Sentimentos avessos dele, meus...

Decidiu há muito que mudaria, reecontraria-se na próxima página do seu livro não-escrito. Rabiscou-o da memória, e reinventou-se. Quanto mais forçava-se a esquecer mais a lembrança tomava-se parte dele, coração reminiscente. Retornou, depois de sua vergonha. Seu teatro particular... Infelizmente, a encenação não os convencera, fazer o que? A resposta da pergunta nunca agradou.

Ele precisou reaprender a reamar. Achou que tinha achado. E lá vai ele, não o julgue, ele só está tentando ser feliz, por mais que ele só tenha ouvido falar, achara que pudera ser. Cansado. E eu nem sei mais o rumo que tomou, afinal eu não posso contar aquilo que nem o destino soube contar... Ficou perdido entre às palavras, as suas. Esperando um dia encontrar-se nas palavras de outro, talvez em um "eu sempre te amei".

Matheus Souza

Não Volte.

Posted by Tk On segunda-feira, 19 de setembro de 2011 2 comentários



Desculpe-me, mas só por hoje não vou sentir. É difícil explicar como, pois é como se tivesse morrido naquele dia. Tentando... E começa tudo outra vez, achei que tinha aprendido. E preso no meu quarto escuro, agourando os sussurros dos que foram-se, procuro a chave do que me faz preso. Sufocam-se os gritos de desespero que soam como um "adeus", era só o medo da tua regressão. Não, não sou mas quem era, ter que desistir de toda uma vida me fez um outro.

Respirar nunca foi tão difícil. Hoje, as memórias daquela noite encarregaram-se do não-sentir, acho que me enganei. Parece até que nunca escutei "não", o grande problema é que ouvi, eles me aconcelharam demais, me fazendo trilhar longe do caminho onde talvez pudesse finalmente encontrar o "sim". E vou novamente, procurar o que eu nunca poderei encontrar. Só precisaria de um tempo para organizar tudo para a volta do sentimento bagunceiro, o que ele iria bagunçar se ainda nem recuperei-me do último de seus feitos?

É medo, só isso. Medo de sentir a pior dor da minha vida novamente, a de te perder por causa do medo...


Matheus Souza

Sobre Esse Pedaço...

Posted by Tk On domingo, 18 de setembro de 2011 1 comentários





Infelicidade minha. Até os personagens mais tristes que crio acabam afinal em um final feliz nessa infeliz vida, e eu já nem sei. Tentando encontrar o meu escrevendo o deles, acabo me perdendo. E quem é cruel é o destino, o notável escritor dele mesmo. Virtuoso injusto, escreve tantas lindas histórias, mas tantas outras infelizes. A minha está entre as várias infelizes, bem alí, junto aos livros que ninguém lê. Embora nunca houvesse lido o final da minha história, sabia, apenas sabia, não me permiti reescrever-me novamente.

Um dia achei que tinha encontrado o meu, mas foi roubado por um certo rapaz, que má sorte. Enquanto o destino narra o meu fado, vou perdendo as esperanças. Vejo que talvez não tenha mesmo espaço para mim em um livro feliz como esse que deveria escrever, mas não importa. Ou talvez o destino não seja tão nefasto assim, afinal estou falando do entediante presente e não do futuro. Começos dolorosos não significam finais dolorosos, afinal ninguém quer ler um conto perfeito. Não importe-se com finais, eles impedem os começos...

Matheus Souza

Fugir, Fingir...

Posted by Tk On sábado, 17 de setembro de 2011 2 comentários



Naquela hora fui tomado, meu coração levado. Triste era saber que nunca iria voltar, não como era. Mais triste foi perder aquele momento. Perdido no fundo da minha mente. O toque dele, é, destrói toda uma defesa que levou anos para ser construída, depois de reconstruída, era a minha única forma de fugir do que me fazia sentir, ou fingir que não, e do que me fazia feliz. Não pudera viver sem, embora doesse, e morrendo aos poucos acabara não vivendo.

E sabia, morreria pela a dor de viver sem. "Ele não me amava", única desperançosa certeza que sussurrava ao vento. Ele olhou, me abraçou forte. Aquilo assustadoramente me transtornava, era o medo da ilusão. Não, sim, não, nunca, jamais, ele não... Um beijo, eu aceitei a triste condição do amor, o preço de não pertencer mais a você mesmo. Substituir, esquecer a palavra "viver" pela palavra "amar".

Matheus Souza



Não vivi para ser, e ninguém me espera. Tudo é tão sombrio e esse tudo se resume em mim. Eu me tornei assim, não porque quisera. Certo, pense como se eu fosse um desarranjo de tudo, a distorção do que eu achava que eu  fosse. Ninguém poderia me conhecer, não a mim, mas para aquela sombra vaga, o eu, é melhor e familiar.

Toda essa fúnebre sensação necessariamente não significaria uma certa dosagem de malignidade, veja mais como um segudo de uma invulnerabilidade questionável. Saiba que, apenas os corajosos ousariam desafiar a incerta escuridão, a minha escuridão. E mais uma coisa: cuidado para não se perder...

Matheus Souza

Talvez um Outro Paradigma.

Posted by Tk On sexta-feira, 16 de setembro de 2011 1 comentários



Talvez essa fosse a história de alguém que vivesse para não viver, sonhasse por sonhar e acreditasse naquilo que mais ninguém acreditasse. Talvez seu maior medo fosse a solidão, e fizesse desta uma impenetrável barreira para fugir de um outro maior e mais aterrador medo, uma dor que apenas outro poderia causá-la.

Talvez pairasse sobre a sua incessante e frenética corrente de raciocínios a possibilidade de um dia encontrar o que talvez lhe fizesse sorrir sinceramente, que não era por luxo e talvez nem fosse isso o que verdadeiramente quisesse. Talvez não soubese qual fosse o caminho, embora trilhasse um, ou talvez já houvesse enveredado por outros. Talvez o sentimento não houvesse ido, era um agradável inquilino, não o deixara ir, era tudo o que restara.

Talvez tudo gerasse uma certa contrastante combinação de estar em casa com a de não ter para aonde ir. Talvez confudisse tudo o que acontecera e sentira, ou talvez não vivera o suficiente para entender. Talvez a culpa fosse sua, por ser um imortal paradoxo, um talvez.

Matheus Souza



Ele, nunca me deixou ir, embora, fez-me te ver ir. Como espelho onde via o reflexo das nossas lembranças. Era cruel, porém reconfortante, foi tudo o que restou afinal, não é? O som do findar era tão familiar que acordara-me do doce sono , na qual tinha como sonho. Uma, duas, e nem sei em que número parou a minha contagem de decepções.

Ele, era ele que revivia tudo aqui dentro. Mas amanhã voltarei, fingir que aprendi com o que passou nunca foi difícil, mas doía como se fosse. E no fim eu esperei que você voltasse. Esperei até que o tempo me esperasse. Mas, sobre toda a verdade, quem era o dono da espera era você, eu havia ido e havia de um dia voltar sem saber. Tudo o que o passado não me contou foi sobre a culpa da fuga de um coração cansado. Essa poderia ser uma história feliz... Mas não minha...

Matheus Souza