Você disse que seria, você disse... Mais alguns passos, quatro trechos para chegar ao desfecho daquele infeliz enredo. Escuro, quarto frio. Sozinha. Entre brechas ela chegava convencendo-lhe de que aquela luz negra a sepultava por um completo que até ele mesmo desconhecia, já que era cobertor... Luz, luz... Olhos sensíveis à pouca visita inquilina do outro lado. Relógio parado, quem dera que ele me voltasse por pouco, apenas parava, passava e passava, nunca encontrou o tempo de pulsar. Água nos joelhos... relógio contenha a mágoa, água!
Deitada, cansada... Dorme. Não conseguiu ouvir a história até o final... deixava o conto de fadas para amanhã, sempre para amanhã, assim nunca terminara. Alumiavam-se os ruídos fora dali, jamais ouvia barulho das horas, embora visse o branco no travesseiro. Lâmpadas encureceram o céu. Era turva imagem da noite sem reflexo. Eu disse que seria, eu disse... Perdoa-me por não abrir a porta, deixar-te entrar. Rezo, prece do adeus. Aqui, sem escuridão, seria mais difícil enconder-me de mim mesma...
Matheus Souza
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