Noite passada, assim do nada, o
medo de te perder estampou o meu rosto em lágrimas, e essas em vozes, uma a uma
fazendo o som de cada pedaço quebrado caindo e sumindo de vez. Não saberia te
explicar os porquês do meu receio, mas te afirmaria que não se faria diferente
se soubesse. Por ter visto alguns partirem me põe a vontade de te ver ao
oposto. Então não lhe peço que entenda ou assinta, imploro que não me negue a
esse último pensamento avulso que lhe toma por companhia. É contraponto em dor,
por enquanto e por quanto for de ser.
As minhas forças, as visitantes,
já se foram, as portas entreabertas, eu só não deveria ter lhe chamado para
entrar, quem sabe para tomar um chá, pensei, mas convidei com esperanças de lhe
dar o papel das passageiras, e tornar-me permanente, talvez você apenas levasse
um pouco mais de tempo. As estrelas talvez se apaguem depressa, no entanto hão
de demorar em dissipar seu brilho em morte, e, embora ainda queira que os minutos
para o fim regressem para o sempre, que não se enfade dessas palavras até que
elas deixem de alumiar os teus passos.
Matheus Souza
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